<i>Porreiro pá!</I>
Diz-se que no que toca à política a memória dos portugueses é curta. Será mais certo afirmar que há quem – controlando o poder económico e dos media – se esforça e trabalha incansavelmente para provocar ciclicamente amnésias colectivas no povo português e para transformar a política na arte da valorização do acessório, do ilusionismo, da desresponsabilização e da mentira.
Mas, se esta afirmação é verdadeira também é igualmente válido que, apesar dos truques e das acrobacias mediáticas, há períodos em que é difícil apagar da memória ou esconder da evidência fenómenos políticos clarificadores do pensamento único comum à direita e à social-democracia.
É o caso das coincidências de políticas entre PSD e PS em matéria de política nacional e internacional e do recente e titânico esforço destes dois partidos e da comunicação social ao seu serviço para lançar pelo menos um ou outro tema que aparentemente os diferencie – veja-se a arte de em plena crise económica e social identificar como «linhas de ruptura» a discussão em torno de investimentos em grandes obras que, vendo-se bem, ambos defendem, ou ainda o casamento entre homossexuais.
E é também o caso de momentos, episódios e declarações que ficam como marcos indeléveis dessas tendências como o aperto de mão e - se a memória não nos falha – do abraço entre José Sócrates e Durão Barroso no final da cimeira europeia de Lisboa em Outubro de 2007 que um inconveniente e claramente «desalinhado» microfone viria a revelar pontuado por um caloroso «Porreiro pá!».
Se no plano nacional os esforços, em tempos de período pré-eleitoral, são de tentar ocultar a evidência da convergência e fabricar «diferenças», embora sem grande sucesso, já no plano europeu a «música» é outra e nem se ensaiam ilusionismos de diferenciação. De facto o abraço não foi um mero descuido ou um fruto do «calor da cimeira». E se dúvidas houvesse registem-se as recentes declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros de que «O Governo português não tem qualquer hesitação relativamente ao apoio a dar ao Dr. Durão Barroso se e quando ele entender que deve formalizar a sua candidatura e disponibilidade para continuar à frente da Comissão Europeia».
Mas, se esta afirmação é verdadeira também é igualmente válido que, apesar dos truques e das acrobacias mediáticas, há períodos em que é difícil apagar da memória ou esconder da evidência fenómenos políticos clarificadores do pensamento único comum à direita e à social-democracia.
É o caso das coincidências de políticas entre PSD e PS em matéria de política nacional e internacional e do recente e titânico esforço destes dois partidos e da comunicação social ao seu serviço para lançar pelo menos um ou outro tema que aparentemente os diferencie – veja-se a arte de em plena crise económica e social identificar como «linhas de ruptura» a discussão em torno de investimentos em grandes obras que, vendo-se bem, ambos defendem, ou ainda o casamento entre homossexuais.
E é também o caso de momentos, episódios e declarações que ficam como marcos indeléveis dessas tendências como o aperto de mão e - se a memória não nos falha – do abraço entre José Sócrates e Durão Barroso no final da cimeira europeia de Lisboa em Outubro de 2007 que um inconveniente e claramente «desalinhado» microfone viria a revelar pontuado por um caloroso «Porreiro pá!».
Se no plano nacional os esforços, em tempos de período pré-eleitoral, são de tentar ocultar a evidência da convergência e fabricar «diferenças», embora sem grande sucesso, já no plano europeu a «música» é outra e nem se ensaiam ilusionismos de diferenciação. De facto o abraço não foi um mero descuido ou um fruto do «calor da cimeira». E se dúvidas houvesse registem-se as recentes declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros de que «O Governo português não tem qualquer hesitação relativamente ao apoio a dar ao Dr. Durão Barroso se e quando ele entender que deve formalizar a sua candidatura e disponibilidade para continuar à frente da Comissão Europeia».